A importância do silêncio
- Janaína Liz Aquino
- 8 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de mai.

Você tem o hábito de parar em algum momento, silenciar, se escutar e se acolher? Observar com um certo distanciamento o que ronda a sua mente, quais são os pensamentos que estão predominantes, quais sentimentos e sensações... Identificando os estados mentais que você está oscilando naquele dia ou naquela semana? Essa prática simples de ouvir-se e se observar, para reconhecer como está o seu mundo interno no momento presente, é uma ferramenta básica de autoconhecimento, pois possibilita a autorreflexão.
Enquanto estamos conectados com o fluxo automático da rotina cotidiana não podemos enxergar em que modos estamos operando, apesar de muitas vezes essa informação estar logo a nossa frente, sendo só necessário parar, olhar, ficar com nossa aflição e escutar o nosso mundo interno.
Exercitar hábitos de introspecção inclusive nos auxilia a escolher e decidir como reagir as situações do dia a dia de maneira mais coerente, pois quando observamos a nossa raiva, a nossa frustração, a nossa alegria, o nosso cansaço, as sensações corporais, a nossa tristeza, e todo o universo que nos compõem internamente, além do nos conhecermos também aprendemos a lidar com nossa personalidade de maneira mais adequada frente aos desafios da vida. Seja analisando com mais calma situações relacionais, conflitos com quem convivemos e nutrimos afetos, seja desenvolvendo mais clareza na hora de tomar decisões de vida, para que se adequem mais as nossas necessidades.
Quando não nos observamos agimos apenas de forma reativa a nossa mente e a nossa vida, aumentando as chances de processos aflitivos se complicarem, que teremos que lidar cedo ou tarde, pois em algum momento o resultado de nossas ações chega. Assim, tomar um passo atrás frente a si mesmo, observar as reações psíquicas que surgem em nossa mente e corpo, refletindo a respeito, é um recurso que, se bem desenvolvido, nos possibilita compreender e se responsabilizar pela restauração de nossa saúde mental e consequentemente pela nossa vida. Deste modo, conseguimos nos direcionar rumo a realização de quem somos.
Se observar é estabelecer um dialogo consigo, se respeitando (ou não) em terceira pessoa, o que possibilita a identificação de como é a dinâmica relacional que estabelecemos com nós mesmos, assim como os pontos que precisam de desenvolvimento. Observar-se com humildade possibilita que nos deparemos com as reais demandas de nosso ser, com as perspectivas distorcidas que fazemos sobre nós, sobre os outros e sobre a vida! Assim como, nos deparamos com a busca para desvelarmos quem somos de maneira harmônica com nosso mundo externo. A maneira que nos escutamos, nos comunicamos e sustentamos a presença com nós mesmos também determinará o quanto estamos dispostos e fazer o mesmo em nossas relações afetivas.
E aí, bora se escutar mais?