O que é autoconhecimento de fato?
- Janaína Liz Aquino
- 7 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de abr.

Autoconhecimento se caracteriza pela postura ativa de dedicar-se a observação e análise da própria personalidade e da natureza humana. No geral, se trata de um estudo que tem como objetivo principal conhecer: as estruturas e padrões dos nossos pensamentos, atitudes, comportamentos, do nosso corpo e da cultura a qual estamos inseridos; as memórias das experiências que marcaram nossa história e como as significamos; o funcionamento das nossas emoções; as nossas dinâmicas relacionais, assim como, de que forma cuidamos da nossa constituição biopsicossocial, qual é o sentido de vida para nós e como vivemos nossa espiritualidade.
Em um sentido mais profundo, se trata da descoberta de como nos envolvemos e compreendemos o fato de que existimos e somos um ser humano neste planeta, e, ainda, como ocupamos nosso papel social no tempo histórico vigente. Nesse processo, temos a oportunidade de desenvolver recursos, ferramentas e ampliar nossas perspectivas sobre a vida e como lidamos com nossa humanidade.
No caminho de autoconhecimento somos confrontados com nossos lados sombrios que, na psicologia analítica, apenas nos apontam para aspectos que não conhecíamos de nós mesmos. Muitos desses elementos são difíceis de serem digeridos e assimilados, pois vão contra a zona de conforto da nossa identidade, ou seja, confrontam aquilo que estamos acostumados a pensar e a enxergar sobre nós e a vida, nos exigindo humildade e flexibilidade para conscientiza-los e integrá-los. Nesses momentos, o manejo de nossas emoções, das narrativas as quais nos identificamos e como elas impactam a nossa vida é essencial.
Mas também nos deparamos tanto com perspectivas diversas que ressignificam e esclarecem experiências que vivemos, quanto com nossas potencialidades, com quais escolhas são essenciais em nossa vida, o que queremos construir e nutrir nas nossas relações e como podemos restaurar e auto regular, dentro do possível, nossa saúde mental e fisiológica.
Desta forma, se trata de um percurso transformativo que exige esforço e dedicação frente a mudança, além do interesse ativo em desvelar-se, para que seja possível desfrutar de uma maior autonomia espiritual e psíquica. Que em algum momento se configura em um estilo de vida que nos auxilia a conduzir de maneira mais adequada o nosso livre arbítrio e a nossa autenticidade.
Podemos concluir que, se quisermos uma vida com mais integridade precisamos nos abrir para uma atitude honesta e acolhedora ao nosso ser, que pode muitas vezes atravessar estruturas já estabelecidas em nossa forma de viver. Nesse sentido, o autoconhecimento nos coloca diante de uma escolha: seguir a vida de modo inconsciente, como já conheço e sei como funciona ou se abrir para conhecer os mistérios (por serem conteúdos desconhecidos) do que não sei, mas que moldam minha história e minha relação com a existência?
Essa escolha não é fácil, pois nos mostra o quanto queremos desenvolver autonomia, raciocínio filosófico e crítico frente a realidade. Assim como, o quanto estamos dispostos a nós mesmos e ao nosso crescimento, o que consequentemente impacta as nossas relações, nossa rotina e, em ultima instância, nossa qualidade de vida. É estar diante da própria responsabilidade frente ao fato de que existimos, temos um corpo, uma psique e um papel social, que precisamos sustentar quer queiramos ou não.
As trilhas para esse caminho são inúmeras, precisamos estar atentos e caminhar com calma e leveza. Para não cairmos em armadilhas ou situações que nos adoeçam e nos desorganizem mais do que nos ajudem a desconstruir, transformar, reestruturar e seguir em frente com firmeza.
E aí, o que você acha sobre essa aventura de autoconhecimento? Você já se abriu para o seu próprio processo?