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Como funciona a psicoterapia junguiana?

  • Janaína Liz Aquino
  • 8 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 13 de abr.

 

sofá de atendimento

Dentro desta abordagem psicoterapêutica que foi fundada e desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung e, complementada ao longo de sua história, pelos psicólogos pós-junguianos, compreende-se que devido ao processo civilizatório, o que inclui tanto a adaptação na cultura, quanto ao grupo familiar de origem e aos grupos sociais de convívio, durante o processo de desenvolvimento muitos aspectos de nossa personalidade são reprimidos ou distorcidos. Fator que gera impactos na nossa constituição psíquica e que podem levar a movimentos sintomáticos e patológicos, como, por exemplo, ansiedade exacerbada, depressão, conflitos com pessoas próximas, um sentimento de descontentamento, ou de vazio e estagnação, ou até mesmo a falta de sentido da vida. Mesmo que de forma aparente tudo esteja ocorrendo bem na vida exterior.

Deste modo, a psicoterapia junguiana auxilia o indivíduo a conscientizar, acolher, compreender a transformar os aspectos de sua personalidade que se encontram inconscientes, atrofiados ou inadaptados. O trabalho se estabelece na intenção de reencontrar a integridade da psique, de modo que qualquer situação que envolva afeto é passível de ser analisada e discutida, construindo perspectivas que atendam ao autoconhecimento necessário a transformação em questão.

O terapeuta então se encarrega de analisar os conteúdos que são trazidos a sessão, ajudando o paciente a compreender a linguagem de seu inconsciente, isto é, dos aspectos de si mesmo que estão desconhecidos. Esta linguagem normalmente se estabelece pela via simbólica, de modo que o trabalho se direciona para além da obviedade das situações cotidianas, buscando entender o que mais poderia estar carregando aquele ocorrido de afeto. Além da fala, na terapia junguiana também podemos trabalhar com a análise de sonhos, imaginação ativa, arteterapia ou qualquer recurso que envolva o material psíquico simbólico do paciente.

Nesse formato de terapia não existem etapas estabelecidas a serem seguidas e nem um tempo específico para o processo ocorrer, pois ela respeita os movimentos da própria ordem psíquica. Ainda, a relação terapêutica possui papel fundamental, visto que Jung afirmava que um dos fatores que promovem a transformação na personalidade é a própria interação entre paciente e terapeuta.

Sendo o veiculo para todo o processo principalmente o autoconhecimento, podemos afirmar então que entender o que nos leva a determinados comportamentos, sentimentos e emoções, e as dinâmicas inconscientes por trás deles é importante para que possamos transformar o modo como nos relacionamos com nós mesmos, os outros e a própria vida. Ao integrar conteúdos inconscientes a nossa noção de eu, aprendemos a olhar tanto para nós quanto para as outras pessoas com menos julgamento e mais aceitação. Aos poucos podemos mudar nossa atitude frente a vida, ressignificando as memórias dos acontecimentos que nos construíram e, a partir disso, recriar novas formas de viver, mesmo com a impossibilidade de mudar os eventos ocorridos em nossa história.


 
 
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